Em 'Vitória', Fernanda Montenegro dá vida a emblemática história real
Aos 95 anos, a lendária atriz vive personagem verídica que desmantelou um esquema de tráfico através de filmagens feitas de sua janela

Em 2004, quando uma senhora aposentada decidiu filmar da janela de seu apartamento um perigoso esquema de tráfico na Ladeira dos Tabajaras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, ela não poderia imaginar que marcaria as páginas policiais até hoje. O cinema agora trata de tornar sua história de coragem ainda mais conhecida com Vitória, estrelado por ninguém menos que Fernanda Montenegro.
O filme, que entra em cartaz nesta quinta-feira (13) no Recife, tem direção de Andrucha Waddington, genro de Fernandona, que levou à frente o projeto original de Breno Silveira (2 Filhos de Francisco), falecido em Limoeiro, interior de Pernambuco, no primeiro dia das filmagens, em 2022, vítima de um infarto fulminante. Além de Fernandona, figuram no elenco Alan Rocha, Linn da Quebrada, Sacha Bali, Jennifer Dias, Laila Garin e Thelmo Fernandes.

A lendária atriz está completando seis décadas de atividade no cinema brasileiro. Desde sua estreia em A Falecida (1965), dirigida por Leon Hirszman a partir da peça de Nelson Rodrigues, passando por Tudo Bem (1978) e Eles Não Usam Black Tie (1981), até sua consagração mundial com Central do Brasil, de Walter Salles, que rendeu a histórica primeira indicação ao Oscar de Melhor Atriz para uma brasileira, Fernanda chega aos 95 anos ativa nas telas e com novos projetos anunciados, como a comédia de ação Velhos Bandidos, dirigida pelo seu filho Cláudio Torres e coprotagonizada por Ary Fontoura.
Dona Vitória é, desde já, mais um papel icônico em sua gigantesca trajetória. O nome fictício foi dado à personagem verídica que, com sua câmera de vídeo, se tornou essencial para desmantelar uma violenta quadrilha que envolvia traficantes e policiais. Em agosto de 2005, o jornal carioca Extra, através do repórter Fábio Gusmão (interpretado no filme por Alan Rocha, presente também como jornalista em Ainda Estou Aqui), desenvolveu a série Janela indiscreta, divulgando a história a partir das imagens captadas pela senhora, que teve a identidade mantida em sigilo até a sua morte, em fevereiro de 2023.

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